COMPORTAMENTO: Na entrevista de emprego, cuidado para não cair em pegadinhas

Conforme a psicóloga Fabíola Chagas, perguntas pontuais podem dizer muito sobre o candidato

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Atualizado há 6 anos

Engana-se quem pensa que a seleção começa na entrevista de emprego. Na verdade, ela tem início muito mais cedo, quando a empresa decide que está na hora de abrir a vaga. Contudo, para quem busca um trabalho, a entrevista é, sem dúvida, o momento mais significativo de toda a procura. Mas pode ser também um momento delicado e, de acordo com o comportamento, decisivo. “Um bom entrevistador sabe que perguntas complicadas podem eliminar bons candidatos antes do tempo”, alerta a psicóloga Fabiola Chagas, que atua na região do Vale do Iguaçu.

Pontualmente sobre a entrevista, Fabíola sugere atenção do candidato às perguntas. Não que o entrevistador procure pontos fracos, mas é a partir do tom da voz, dos gestos e, claro, da resposta, que a escolha acontecesse. “Se você prestar bem atenção, a entrevista já é uma armadilha. Ela já seleciona poucas pessoas para a vaga. As empresas não têm intenção de ver os pontos fracos, de desmascarar. Ela quer encontrar o candidato certo para aquele perfil. Tem gente que acha que o entrevistador vai colocar contra a parede, vai fazer algo assim, mas não. Um bom entrevistador, vai saber conduzir isso tudo”, ressalta Fabíola.

Ansiedade

É claro que uma situação nova, onde você é o responsável pelo sim ou pelo não de um empregador, gera estresse. E isso é normal. Como defende a psicóloga, se não fosse esse sentimento, o ser humano não teria chegado até aqui. “A ansiedade é o que nos faz estar vivos, desde o tempo da caverna. Mas quando ela é demais, atrapalha. A dica é continuar, ir com medo mesmo. A ansiedade não pode ser um motivo para desmotivar”, incentiva.

Por isso, no dia da entrevista, é interessante tentar ficar calmo, respirar fundo, e ir em frente. Ah! Vale também ficar atento às perguntas ‘armadilhas’. Elas podem dizer muito sobre o candidato e interferir na decisão pela contratação. Uma delas, usada recentemente, é bem interessante: ‘se você ganhasse na loteria, continuaria trabalhando?’. “Se você disser que não trabalharia mais, demonstra que não está motivado. Você precisa dizer que sim, porque quer buscar crescimento pessoal também, além do salário, apenas”, sorri a psicóloga.

Um bom currículo e uma postura adequada derrubam qualquer pergunta. Por isso, cursos profissionalizantes e técnicos, ajudam muito e fazem a diferença. Estar atento às tendências, ter uma leitura ampla, de vários assuntos e pontos de vista, além de se vestir com dignidade, somam outros pontinhos. “Tanto o entrevistador precisa buscar as novas tendências quanto o entrevistado. Ambos precisam ficar atentos ao que a vaga representa”, explica. “Se aquela vaga for para alguém diferente do que você é, você não vai se adaptar. Se não for essa vaga, outra será”, completa.