As teorias da conspiração e as ‘fake news’ estão na ordem do dia. O fato de vivermos em tempos de pandemia Covid-19 e de excesso de informações devido à divulgação de notícias falsas pelas redes sociais, só aumenta o problema.
E se há um assunto no foco da conspiração e dos negacionistas, sem dúvida, são as vacinas. “Elas são perigosas”, “podem causar autismo”, “se foram descobertas rápido demais é porque não são seguras”, “querem implantar um chip nas pessoas” e assim por diante.
Mas se existe algo em que acreditar é que as vacinas são perfeitamente seguras, e isso pode ser comprovado por inúmeras provas científicas feitas pelos mais conceituados médicos epidemiologistas e especialistas em saúde pública do mundo inteiro.
O que exatamente é uma vacina?
A vacina é um medicamento administrado por meio de uma injeção que contém os antígenos do patógeno contra o qual se quer proteger. Estes antígenos são moléculas presentes na superfície da membrana de vírus e bactérias. Nesse sentido, ao conter antígenos bacterianos ou virais, com a vacina é possível inocular ao corpo “fragmentos” do patógeno para estimular a imunidade.
Uma vacina desencadeia reações imunológicas para que as células analisem o antígeno e possam memorizá-lo. Quando o patógeno real chegar – se chegar – elas rapidamente o reconhecem e agem muito mais rápido, sem permitir que se culmine em infecção e, portanto, em doença. Então, a vacina é um medicamento que neutraliza uma doença.
Como funcionam as vacinas?
A ideia da vacina seria pular uma primeira fase da infecção. Ou seja, o corpo desenvolve imunidade contra um patógeno que ele nunca encontrou. Quando o antígeno flui pelo sangue, o sistema imunológico percebe imediatamente que algo estranho está acontecendo. Como resultado, as células imunológicas movem-se rapidamente em direção ao antígeno e começam a analisá-lo.
Quando detectam essa “ameaça em potencial” os alarmes disparam. Embora não seja um vírus ou bactéria real, o corpo está convencido de que está sendo atacado por um patógeno. Embora o risco de infecção seja zero, o sistema imunológico inicia todos os processos fisiológicos típicos para combater a infecção.
Por isso, às vezes as vacinas provocam algum tipo de reação como alguns décimos de febre, dor de cabeça, alergia ou vermelhidão no local da aplicação. Tudo isso não é causado pela vacina em si, mas pelo próprio sistema imunológico. Esse processo, no longo prazo, resulta na tão esperada imunidade, que nada mais é do que o organismo produzir anticorpos contra a doença.
Do que são feitas as vacinas? Seus componentes são seguros?
Para demonstrar que as vacinas não são perigosas, é importante analisar o que elas contêm. Apesar de parecerem poções mágicas com milhares de produtos exóticos, qualquer vacina comercializada é composta por poucos componentes:
Antígeno: o ingrediente ativo da vacina. Aquela que induz a produção de anticorpos pelo sistema imunológico e que vem do verdadeiro patógeno, mas com capacidade infectante nula.
Suspensão líquida: Simplesmente uma solução que torna a vacina líquida e, portanto, injetável.
Adjuvantes: Presentes nas vacinas para ajudar o antígeno a estimular uma resposta imune rápida e duradoura.
Conservantes: Geralmente usados para aumenta a vida útil da vacina, mas que são perfeitamente assimiláveis pelo organismo.
Estabilizantes: Substâncias que evitam que a vacina perca sua eficácia diante das mudanças de temperatura, pressão umidade, luz, etc.
Antibióticos: As vacinas contêm pequenas quantidades de antibióticos para prevenir o crescimento de bactérias no fluido.
Depois de analisar os componentes de uma vacina, ainda é preciso levar em consideração que ela passou por controles de qualidade e segurança incrivelmente rigorosos antes de chegar ao mercado. Inclusive, são feitos ensaios clínicos em várias fases que demonstram, de fato, que a vacina é segura e tem uma porcentagem de eficácia garantida que atende os padrões determinados pelas autoridades de saúde.
Obviamente qualquer medicamento pode causar efeito colateral, até o mais simples. O problema é que as vacinas estão em destaque. Mas elas são absolutamente necessárias. Sem vacinas, a humanidade está à mercê de pandemias como a Covid-19.